Somos Todos Irmãos é o nome de uma telenovela
brasileira produzida pela extinta Rede Tupi e exibida de Maio a Outubro de 1966.
Escrita por Benedito Ruy Barbosa, com base no romance mediúnico A vingança do
judeu, de J. W. Rochester, e dirigida por Wanda Kosmo.
Tupi - 20h
de maio a outubro de 1966
novela de Benedito Ruy Barbosa
baseada no romance A Vingança do Judeu de J. W.
Rochester
direção de Wanda Kosmo
SINOPSE
Na Hungria, Samuel Mayer, judeu que salvou a
fortuna do pai após seu suicídio, conhece num baile Valéria, filha do conde
Egon. Apaixona-se por ela e não sabe como se aproximar. Valéria é fútil, mimada
e defensora do catolicismo. No castelo do conde, Valéria sonha com bailes e um
príncipe encantado que a levará ao altar. Ao mesmo tempo, sofre com o irmão, o
conde Rodolfo, que passa as noites no carteado e bebendo. Numa noite, a tormenta
desce sobre a família cristã. Rodolfo, noivo da bela e nobre Antonieta, chega
arrasado e bêbado. Acabara de perder toda a fortuna da família em jogo de
cartas. É a ruína se abatendo sobre eles. O conde Egon tenta de todas as
maneiras levantar o dinheiro e saldar as dívidas, mas o murmúrio da derrocada já
se espalhou pela Hungria. Estão falidos.
A novidade chega aos ouvidos de Samuel Mayer,
que resolve fazer uma visita ao castelo. O conde tenta desmentir as fofocas, mas
Samuel é incisivo. Imediatamente propõe saldar as dívidas da família em troca da
mão de Valéria em casamento. O conde aceita e Valéria repugna a idéia por causa
da religião. Obediente ao pai, ela aceita a corte do judeu que passa a visitá-la
quase todos os dias. Valéria passa a descobrir em Samuel um homem de caráter
bom, nobre e romântico e acaba apaixonada. Marcam o casamento, mas o conde Egon
continua inconformado com o que tivera de fazer à filha, casá-la com um
judeu!
Durante a primavera, o conde recebe o convite
para passar uns dias com a princesa Odila, sua velha amiga. Leva seu filho
Rodolfo, de casamento marcado com Antonieta, e a filha Valéria. No castelo da
princesa, eles ficam conhecendo o filho dela, o príncipe Raul, nobre e elegante.
O príncipe se encanta com Valéria e, junto à mãe, pede a mão dela em casamento.
Imediatamente o conde expõe a situação pela qual a família passa. Raul não se
importa e resolve pagar todo o dinheiro a Samuel. O conde aceita e livra a filha
do vexame de casá-la com um judeu. Mas Valéria não aceita - está apaixonada por
Samuel. Por exigência do pai e pela fé cristã, ela acaba cedendo e o casamento é
marcado.
Samuel enche-se de ódio e rancor e jura
vingança. Na colônia judaica, durante uma festa, conhece Ruth, uma moça
oportunista e de caráter duvidoso. Ruth descobre a mágoa de Samuel e resolve
aliviá-la entregando-se a ele. Samuel, por vingança, casa-se com Ruth, ao mesmo
tempo em que Raul casa-se com Valéria. Coincidentemente, Valéria e Ruth têm
filhos no mesmo dia. Samuel providenia a troca das crianças, com a ajuda de seu
capanga Estevão. Assim, os cristãos criam o menino judeu, enquanto os judeus
criam a filha dos cristãos.
O tempo passa. Rodolfo se casou com Antonieta e
tomou juizo, passando a cuidar dos negócios da família dela. Enquanto Valéria
vive um casamento feliz com Raul, que é apaixonado pelo filho Egon Jr., Samuel
vive infeliz ao lado da filha e de Ruth, que tem um amante, tão inescrupuloso
quanto ela. Quando Samuel descobre que Ruth o trai, ela foge de casa levando as
jóias da família. Ruth vai morar com o amante que lhe rouba todas as jóias e
ateia fogo na casa. Ruth é dada como morta.
Samuel abate-se novamente em tristeza. Tudo vai
mudar quando ele conversa com o pai, já falecido, que lhe revela a existência da
vida após a morte. Samuel sente-se renascer e resolve estudar o Kardecismo,
transformando-se num novo homem: quer fazer o bem. Ruth é descoberta viva e pede
que Samuel a visite - ela está à beira da morte, atacada pela febre amarela.
Ruth conseguiu fugir no incêndio e conheceu Raul, com quem teve um caso amoroso
e uma filha. Mas ele a abandonara. Depois da morte de Ruth, Samuel leva a filha
dela para sua casa e resolve cuidar da menina.
Atormentado pelo remorso, Samuel procura Raul e
lhe revela a verdade, inclusive a troca de seus filhos. Raul não se conforma em
ter criado e amar um menino que é judeu. Transtornado, Raul saca uma pistola e
atira em Samuel, mas acaba acertando o filho. Ele fica desesperado, mas aos
poucos é convencido por Samuel da vida após a morte e se reconforta estudando a
doutrina Kardecista. Raul acaba morrendo e deixa uma carta para Valéria.
Ainda apaixonado, Samuel passa a visitar
Valéria tendo sua amizade, não seu amor. Ela ainda o ama, mas acha que ficar com
ele é traição ao marido. Valéria lembra-se da carta do marido e a lê. Nela, Raul
perde perdão por tudo, fala do amor ao próximo e do quanto ele foi errado na
vida. Por fim, abençoa o amor de Valéria e Samuel. Sentindo-se livre da culpa, a
cristã procura o judeu e, enfim, o casal podem se amar.
O judeu Samuel se apaixona pela condessa
Valéria, mas o preconceito contra sua condição impede o casamento. Assim, ele se
casa com a judia Ruth e Valéria se une ao conde Raul. As duas mulheres dão à luz
no mesmo dia e os filhos são trocados, gerando diversos conflitos.
ELENCO
SÉRGIO CARDOSO - Samuel Mayer
ROSAMARIA MURTINHO - Condessa Valéria
WILSON FRAGOSO - Conde Raul
GUY LOUP - Ruth
ELÍSIO DE ALBUQUERQUE - Conde Egon
RILDO GONÇALVES - Conde Rodolfo
LISA NEGRI - Antonieta
CACILDA LANUZA - Princesa Odila
XISTO GUZZI - Barão Kirschberg
TELCY PEREZ - Leib Silberstein
PADRE MARTINHO
RUY REZENDE - Levy
NELLO PINHEIRO - Estêvão (empregado de
Samuel)
JÚLIA GREY - Marta (empregada de Valéria)
MARCOS AFONSO - Amadeu
GEORGE COSMO - Egon (neto)
OLINDO DIAS - Abrahão Mayer (pai de
Samuel)
PATRÍCIA AYRES - Violeta (filha de Raul e
Ruth)
ALEXANDRE SANDRINI
BASTIDORES
Um dramalhão transformado em sucesso graças à
união de Sérgio Cardoso e Rosamaria Murtinho, que se tornaram os campeões de
cartas na emissora, tamanha a popularidade obtida através da novela.
Sérgio usou lentes de contato azuis para viver
o judeu Samuel Mayer.
Wálter George Durst seria o autor mas sua
sinopse não foi aprovada pela Colgate, responsável pela produção. A colônia
judaica se manifestou contra seu texto dizendo ser anti-semita e exigiu que a
novela não fosse a ar com o mesmo título do romance que a originou, A Vingança
do Judeu. O então estreante Benedito Ruy Barbosa assumiu a história, escrevendo
sob um outro ponto de vista.
No ano anterior, a TV Record já havia levado ao
ar uma novela com o mesmo título. Mas nada tinha a ver com essa produção da
Tupi.
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